"Vai-te foder, a ti e às tuas teorias. Não sei nem quero saber quais são os teus tempos ou como os fazes. Não me interessam as tuas formas de resolver problemas ou de os ignorar. O que sei é que toda a revolta que sinto deve-se a ti. E isso eu não te vou deixar escapar impune. Hei-de te cobrar todas as lágrimas que derramei, todas as dores que me deste, todas as horas e minutos que não aproveitei por estar a sofrer por ti, como um passatempo mórbido, de cada vez que dizias que ligavas e eu contava os segundos que passavam sem ouvir o telefone tocar. Vou-te exigir todas as desilusões com que pintaste de negro os meus dias, todas as vezes em que me tiraste o tapete debaixo dos pés. Por isso vai-te foder e leva contigo todos os teus retiros espirituais e falta de rede. Todos os teus gigs e bules, todos as bubas e mocas que preferiste a mim. Vai à merda com a tua vida e falta de tempo para quem te quer, porque um dia vais pagar essa factura cara quando te vires rodeado de povo todo fora que não te diz nada e te tiveres a percepção que já não tens 25 anos e deixaste passar ao lado N momentos preciosos que não vais poder recuperar, com pessoas que foste perdendo nas voltas da montanha russa desconhecida que é a tua opção de vida. E eu, nessa altura, estarei longe, também a sofrer por todo os instantes que ficaram por viver contigo. Nunca o saberás."
Disse tudo num só repente, despejando tudo o que a carcomia por dentro, e que se foi amontoando num molho de dor e raiva que agora caíra. Respirou fundo e nem esperou pela reacção dele.
Saíu e fechou a porta.
Adeus.
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